Troy Deeney é pai de um bebê de cinco meses, que nasceu prematuro e possui problemas respiratórios, e está se opondo à retomada do futebol na Inglaterra
O atacante Troy Deeney, durante jogo do Watford Foto: Troy Deeney Twitter/Divulgação
Matias Grez, Darren Lewis e Aleks Klosok, da CNN
27/05/2020 às 23:54
O atacante inglês Troy Deeney, capitão do Watford, afirmou em entrevista à CNN que está sofrendo assédios na rua e pela internet após expressar preocupações a respeito dos planos da Premier League, a primeira divisão do Campeonato Inglês, para reiniciar a temporada em meio à pandemia do novo coronavírus.
Deeney afirmou que pessoas estão lhe desejando pela internet que seu filho de cinco meses de idade, que nasceu prematuramente e tem problemas respiratórias, fique doente, enquanto pessoas na rua o cobram para “voltar a trabalhar”. “Eu vi alguns comentários a respeito do meu filho, pessoas dizendo: ‘Eu espero que seu filho pegue o coronavírus’”, afirmou o jogador.
“Essa é a parte difícil para mim. Se eu responder, logo vão pensar: ‘Ah, conseguimos atraí-lo’. E vão continuar fazendo isso”, disse. Os clubes ingleses votaram anonimamente para retomar os treinos com contato, o segundo estágio do Protocolo de Retorno aos Treinos da liga, enquanto a Premier League anunciou posteriormente que quatro jogadores e funcionários de três clubes testaram positivo para a Covid-19.
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Troy Deeney foi um dos jogadores de alto nível que publicamente questionou o possível retorno e disse que recebeu, de forma privada, apoio pelas suas posições. No entanto, ele acredita que a reação que ele e outros jogadores que se pronunciaram receberam levará outros jogadores a se sentirem temerosos de se expressar abertamente.
“Em um momento onde tudo é sobre saúde mental e todos dizem ‘se manifeste, fale, se expresse’, Danny Rose [lateral-esquerdo do Newcastle] falou… e eu falei e nós fomos criticados e maltratados por isso”, se queixou Deeney, em referência a outro jogador que também manifestou posição semelhante.
“Então, as pessoas veem e falam: ‘Woah’, não somos apenas nós que pensamos isso, a senhora recebe mensagens diretas e nós vamos estar andando nas ruas e as pessoas vão dizer: ‘Eu estou trabalhando, você também deve voltar’.
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