Um Clássico Marcado pela Nostalgia e Excelência Técnica
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ToggleClubes se enfrentam em um duelo marcado historicamente, acima de tudo, pela nostalgia e a excelência técnica.
Luiz Raatz, da CNN em São Paulo
30/01/2021 às 05:00 | Atualizado 07/04/2023 às 18:27
A Final Brasileira da Libertadores
A Academia de Futebol e os Meninos da Vila entram em campo neste sábado (30) no maior estádio do mundo para a primeira final brasileira da Libertadores em 14 anos. Palmeiras e Santos, também chamado de “O Clássico da Saudade”, se enfrentam em um duelo marcado historicamente pela nostalgia e a excelência técnica.
Na era de ouro do futebol brasileiro, entre o fim dos anos 1950 e o início dos anos 1970, o Santos de Pelé e a Academia de Ademir da Guia protagonizaram duelos históricos pela supremacia dos gramados da época. Ficou famoso, por exemplo, o confronto entre as duas equipes pelo Torneio Rio-SP de 1958, onde o placar foi 7 a 6 a favor do Alvinegro da Vila Belmiro. Os mais velhos contam que o jogo chegou a provocar cinco infartos em meio às viradas sensacionais de placar.
Contexto Histórico
Naquela partida, um menino que se consagraria naquele ano na Suécia como o maior camisa 10 da história deixaria sua marca. Pelé liderou os santistas para uma virada acachapante no primeiro tempo. Após sofrer o primeiro gol palestrino, o Peixe foi para o intervalo com uma vantagem de 5 a 2.
O Pacaembu abrigava mais de 40 mil torcedores naquela partida. Indignados com a derrota parcial, os palmeirenses voltaram para o segundo tempo dispostos a equilibrar o jogo. Deu certo. O Palmeiras virou para 6 a 5.
Os verdes só não contavam com um ponta esquerda. José Macia, o Pepe, segundo maior artilheiro do clube, que hoje estará no Maracanã numa justa homenagem, ao lado do palestrino Evair. Com mais dois gols, ele decretou a vitória santista por 7 a 6.
Rivais nos Anos de Ouro
Esta rivalidade, marcada pela excelência técnica, teria seu auge nos anos 60, quando o Santos conquistaria o mundo. No Paulistão, um dos torneios mais fortes da época, são seis títulos para o Peixe, contra três do Palmeiras. O Santos ainda conquistaria cinco Taças Brasil, o embrião do Campeonato Brasileiro, que, anos mais tarde, seria reconhecido pela CBF como título nacional.
A Primeira Academia palestrina conquistaria, na mesma época, duas Taças Brasil e dois torneios Roberto Gomes Pedrosa, outro protótipo do Brasileiro também reconhecido pela CBF.
Entretanto, o simbolismo maior da nostalgia nesta final de Libertadores, ainda que vazia pela pandemia, é o Estádio Mário Filho. Foi ali que o Santos conquistou o Mundial de Clubes de 1963, contra o Milan, e, um ano após a derrota do Brasil para o Uruguai na Copa de 1950, o Palmeiras venceu a Copa Rio de 1951, considerada pelos palmeirenses como um campeonato mundial.
Fim do Domínio e as Filas
O Palmeiras dos anos 1960 era um dos poucos times a bater de frente com o Santos, mas a partir de 1976, o clube enfrentou uma fila de 17 anos sem título, que só acabaria com a vitória sobre o Corinthians, em 1993. Essa foi a porta de entrada da era Parmalat, culminando com o primeiro título da Libertadores do Palmeiras, em 1999.
Com a saída de Pelé, em 1974, o Santos também enfrentou dificuldades. Apesar da boa geração dos Meninos da Vila no final dos anos 1970, o clube amargou uma fila de 18 anos sem títulos entre 1984 e 2002.
A Nova Rivalidade
O início do século XXI foi diferente para alviverdes e santistas. Enquanto o Santos continuava em ascensão com a geração de Diego e Robinho, o Palmeiras teve um período de dificuldades, incluindo dois rebaixamentos. Na mesma época, o Peixe desfrutou do talento de Neymar, conquistando a hegemonia regional em São Paulo e tri da América em 2011.
A história entre os dois times se cruzou novamente em 2014, no centenário do Palmeiras, quando a rivalidade renasceu com vitórias e empates decisivos. Desde então, ambos os clubes voltaram a protagonizar o cenário do futebol brasileiro, com o Palmeiras se tornando bicampeão brasileiro e o Santos brigando pelo título nacional.
Esta tarde, sob a benção divina de Pelé e Ademir, os rivais da saudade tentam conquistar a América.
Ficha Técnica:
Palmeiras x Santos, Maracanã, 17h
Escalações Prováveis:
Santos
John; Pará, Lucas Veríssimo, Luan Peres e Felipe Jonatan; Alison, Diego Pituca e Lucas Braga; Marinho, Kaio Jorge e Soteldo. Técnico: Cuca
Palmeiras
Weverton, Marcos Rocha, Luan, Gustavo Gómez e Viña; Danilo, Gabriel Menino e Raphael Veiga; Rony, Luiz Adriano e William
Árbitro: Patrício Lousteau (ARG) Auxiliares: Ezequiel Brailovski e Diego Bonfa (ARG) VAR: Mauro Vigliano
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