Ameaças ao goleiro Cássio Ramos são investigadas pela Polícia Civil
Áudios e fotos de arma sobre a camisa do clube foram enviados à esposa do jogador.
08/04/2022 às 11:08 | Atualizado 07/04/2023 às 18:23
Cássio Ramos, goleiro do Corinthians
• FLAVIO CORVELLO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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A Polícia Civil anunciou que iniciou uma investigação sobre as ameaças direcionadas ao goleiro Cássio, do Corinthians. As ameaças foram enviadas por meio do personal trainer da esposa do atleta, Janara Sackl, contendo áudios ameaçando o goleiro e o zagueiro Gil, além de uma foto de arma e balas sobre uma camisa do clube paulista.
O goleiro registrou a ocorrência na delegacia na tarde de quinta-feira (7). O caso está sendo conduzido pela Drade, Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva.
Cássio fez uma declaração por meio de uma nota: “Encaminhei à polícia os áudios recebidos por minha esposa, para que quem tenha a competência necessária possa cuidar do caso. Não posso aceitar esse tipo de ameaça de forma alguma. Espero que a justiça seja feita.”
O atleta destacou que sempre lidou bem com críticas e se defendeu quando necessário, além de admitir falhas quando entendeu que ocorreram. Contudo, ele desafia “alguém a provar que eu tenha ficado mais de dez anos no Corinthians sendo ‘vagabundo’ ou ‘paneleiro’, termos que foram usados hoje e que aparecem ocasionalmente.”
As ameaças surgiram após a estreia ruim do Corinthians na Taça Libertadores da América, resultando em uma derrota para o Always Ready, da Bolívia.
O clube publicou uma nota condenando as ameaças: “Rejeitamos a imagem que associa o Corinthians a uma arma de fogo e munição: como clube, nossa missão é de paz, respeito e igualdade, na vitória e na derrota.”
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Confira o posicionamento completo de Cássio Ramos:
“Resolvi me manifestar após os acontecimentos que afetaram minha família nesta quinta-feira (07/04).
Encaminhei à polícia os áudios recebidos por minha esposa, para que quem esteja capacitado possa cuidar do caso. Não posso aceitar esse tipo de ameaça de forma alguma. Espero que a justiça seja feita.
Sempre fui um jogador que lidou bem com críticas, discordei e me defendi quando necessário, além de reconhecer falhas quando percebi que elas ocorreram.
Mas desafio alguém a provar que eu tenha passado mais de dez anos no Corinthians sendo “vagabundo” ou “paneleiro”, os termos que foram usados recentemente e que aparecem de tempos em tempos.
Eu sempre me dediquei ao máximo e procurei ajudar dentro e fora de campo os treinadores, atletas e dirigentes que passaram por aqui. Muitas vezes, entrei em campo sem estar nas melhores condições para ajudar o Corinthians, e fiz isso sem esperar nada em troca. Fiz isso porque sou assim. Sou muito grato ao Corinthians e busco retribuir essa gratidão dedicando-me ao máximo a cada dia.
Estou ciente de que devo sempre provar por que cheguei perto de 600 jogos e conquistei nove títulos por este clube. Nunca me acomodei nas glórias, pois não ganhei nada sozinho, e pretendo continuar vencendo enquanto tiver contrato ativo.
Por tudo isso, não aceito o que aconteceu e não quis ficar calado diante de tanta injustiça.
Um abraço a todos.
Cássio.”
Veja a nota oficial do Corinthians na íntegra:
“Nota de Repúdio – Ameaças feitas ao goleiro Cássio e família
O Sport Club Corinthians Paulista repudia veementemente as ameaças de morte e violência feitas ao goleiro Cássio e sua família por meio de mensagens enviadas em uma rede social.
O clube já acionou a Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE) para tomar as medidas cabíveis em relação à segurança dos atletas. Esperamos que as autoridades consigam identificar o autor desse crime e que ele seja submetido às penas da lei. Rejeitamos a imagem que associa o Corinthians a uma arma de fogo e munição: nossa missão é de paz, respeito e igualdade, na vitória e na derrota.
O atleta de futebol é um ser humano com direito à integridade física e saúde psicológica. Pedimos aos torcedores que se conscientizem sobre a necessidade de paz no futebol, respeitem a pessoa do jogador e sua família e repudiam qualquer iniciativa que tente transformar o futebol em um ambiente onde a violência é tolerável.”
O que você pensa sobre essas ameaças e a resposta do clube?